Glastonbury Abbey e Chalice Well

No outro post contamos como foi a nossa peregrinação para chegar a Glastonbury , uma longa viagem que durou 48 horas.
Fomos muito bem recebidos pela Vanessa e Rench, na hospedagem que escolhemos, Flying Dragon Nest, uma casa de aluguel, preocupados com o nosso atraso por conta da greve do transporte público em Londres, que nos mostraram o que seria a nossa casa nos próximos 5 dias, ficamos encantados, mas esgotados como estávamos, fomos dormir.

o gazebo no Flying Dragon Nest
Viagem feita em Julho de 2015
Na manhã seguinte, depois de descansados foi a vez de observar melhor e enquanto tomávamos o café da manhã (com o que a Silvia e o Michael, minha amiga que mora em Londres que gentilmente e preocupadamente compraram para a gente para a viagem) e mais suprimentos básicos providenciados pelos proprietários entenda-se café, chá (claro), açúcar, temperos, biscoitos e algumas outras variações que todas as casas do Holiday Lettings possuem.

A cozinha, pequena e funcional
Nosso lugarzinho era um anexo da casa principal, com total acesso e ao mesmo tempo com privacidade. Tínhamos até um portãozinho de acesso mais facilitado pela rua de baixo. Uma cozinha pequena, mas bastante funcional, um quarto com cama de casal, a sala com um sofá cama de casal, um banheiro, um agradável gazebo onde fazíamos as refeições e ainda um deck com mesa e cadeiras, tudo isso bem no topo de Glastonbury, com uma vista privilegiada da cidade.

A área externa da nossa hospedagem
Depois do café, sossegados e descansados descemos para o centro da cidade.
Já nos primeiros quarteirões, começamos a sentir a atmosfera da cidade: a tranquilidade, a quietude, cada casa tem seu jardim florido e bem cuidado.
E construções antigas, muuuito antigas começam a aparecer. E começam a pontuar lojinhas de artigos esotéricos, lojas que remetem ao Rei Arthur.
E o mais legal, como disse a minha irmã, você começa a encontrar bruxas cruzando com você na rua, o tempo todo!
O primeiro lugar que escolhemos visitar foi a:

A entrada da Abadia
Era um grande dia, dia de peregrinação cristã na cidade. Aportamos Glastonbury coincidentemente em um dos dias mais importantes aqui. No sábado era o dia da missa anglicana e no domingo seria o dia da missa católica. Como diz minha amiga Silvia, coincidências não existem…

A missa anglicana, nas ruínas da Abadia de Glastonbury
Depois da entrada, fica o museu, começamos a passear pelo museu mas uma cantoria lá no fundo me chamou a atenção e fui seguindo as vozes.
Uma visão que vai ficar para sempre comigo: as ruínas da Abadia emolduradas por um céu azul, um sol brilhante, aquele gramado verdinho e todos ao redor de um altar construído no meio das ruínas, com a música da missa anglicana ao fundo.

A tumba do Rei Arthur
Foi obrigatório sentar lá no gramado e nos juntar aos peregrinos, vindos de toda a Inglaterra, Europa e do mundo todo para assistir um pedacinho da missa, embevecidos.
Para saber mais, os detalhes e a história da Abadia, veja nosso e-book: O Guia Básico de Glastonbury
Mais um daqueles momentos que a lágrima cai furtivamente, de emoção de realizar mais um sonho de vida…
Visitamos os outros lugares que fazem parte da Abadia de Glastonbury:

Abbot’s Kitchen
Começamos pela Abbot’s Kitchen, sentamos e descansamos para fazer uma boquinha na região da Wildlife Area, apreciamos o aroma das ervas no herbário e nos deleitamos no museu da Abadia. Ponto alto também da visita é ver onde supostamente encontraram os corpos do Rei Arthur e Guinevere e ainda Holy Thorn, que dizem ter brotado do cajado de José da Arimatéia.

Pic nic na Abadia
Uma coisa ótima isso em todos os lugares que passamos: você compra o seu kit sanduíche/salada, senta em um lugar aconchegante (às vezes não) e come. Não tem aquela frescura nossa tupiniquim de ter vergonha de comer, ter que ir a um restaurante/lanchonete.
Termine (ou comece) para fechar (ou abrir) a visita com uma passadinha na lojinha, com artigos religiosos/esotéricos.
Saímos da Abadia e começamos a andar pelo centrinho. Resolvemos almoçar perto da Abadia, no Market House Inn.
À primeira vista, o lugar era bem bonitinho e resolvemos escolher o menu do dia (mais barato, regra básica para a pão durice do Ogro e driblar a £ que estava valendo caros R$ 5,00…), couve flor no creme de queijo, batatas e salada. Parece gostoso né?

encarando uma gororoba
O negócio estava h.o.r.r.o.r.o.s.o e nem jogando manteiga e sal por cima foi possível encarar a gororoba. O troço era tão ruim que eu não consegui perceber queijo nenhum no creme da couve flor. A única coisa que se salvou (mais ou menos) foi o fish and chips da Júlia. Pagamos tudo £ 27,00.

Um dos recantos de Chalice Well
Depois de mal, porcamente e caramente abastecidos, fomos para outro lugar dos meus sonhos, Chalice Well .
É realmente tudo o que eu imaginei que fosse, um lugar calmo, quieto, tranquilo. Você “sente” a magia do lugar depois que cruza os portões…
Não existe uma ordem certa para a visitação, mas o ponto central e mais famoso do lugar é Well Head and Sanctuary, protegendo a fonte de águas vermelhas.
Um lugar perfeito para se aconchegar em algum cantinho e meditar um pouco ou apenas aquietar a mente e até fazer algumas oferendas, como vimos um pequeno grupo fazendo.
Se tudo isso for esotérico demais para você, sinta o prazer de estar em um jardim absolutamente bem cuidado e onde as pessoas são educadas o suficiente para você ter este momento de quietude.
Tentamos subir o Tor , antes do Chalice Well,mas estávamos bem cansados, então desistimos para ser a nossa programação do dia seguinte.
Realmente é possível ver bruxas e magos de todos os tipos na região. É um lugar encantado! Até para os que não curtem as brumas, no mínimo, é um lugar super diferente!!
Sim, mana…
E druidas, e feiticeiras e fadas…
E místicos de todo o tipo, hippies remanescentes de outras eras, junto com peregrinos cristãos, anglicanos e católicos.
É um outro mundo!!
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