Brechó Minha Avó Tinha

#crônicas
Já falei aqui e aqui mas para diminuir a onda consumista, a aquisição de vestuário em brechós é uma ótima pedida.
Além da economia, é um grande incentivo para a mudança de visual, adotar um novo estilo e brincar com variações e combinações.
Muito do preconceito antigo ainda perdura, mas o conceito do brechó já se espalhou e hoje em dia virou o “novo chique”. Nunca, as regras dos 5 “r”s (repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar) estiveram tão em alta.
Este lugar é moda e é ícone muito antes dessas palavrinhas serem inventadas.

Entrada do Brechó Minha Avó Tinha
Estivemos uma vez na loja em Perdizes, numa passagem por lá o nome famoso chamou a atenção e fizemos uma visita rápida.
Qual não foi a surpresa ao nos deparar com a loja agora no nosso bairro, bem instalada num casarão de época, que só pela arquitetura e alguns detalhes já valem a visita.
Sou atendida pela simpática dona Bina, a proprietária, logo na entrada, um pequeno cômodo faz as vezes de um balcão de atendimento e este corredor,que se estende até perder de vista, onde imagino que tenha sido a garagem do casarão, na época em que as pessoas guardavam o carro dentro de casa, praticamente, que me deixa à vontade para explorar o local.
À esquerda desse longo corredor, subo uma pequena escada de dois degraus..

Vitral no hall de entrada da casa
Sob o vitral, a escadaria soberba, suntuosa, feita em madeira escura, trabalhada em todo o seu corrimão. Não sei distinguir os detalhes, como o tipo de madeira, nem a época da casa, mas percebo que é bem antiga.
Sobre a escada, um vitral impacta ainda mais a suntuosa entrada, deixando passar a luz colorida e suave. Essa entrada impactante, seja pela luz que vem do vitral, seja pela impressão de quietude do lugar, mais o cheiro das coisas antigas, fazem todo o “clima” do lugar, dando aquela atmosfera antiga.
Passo a ver tudo com um filtro sépia, das fotos antigas. (Ou, pode ser o meu óculos que escurece à luz solar, voltando à tonalidade natural, em ambiente fechado. Mas eu quero acreditar que não).
Existem ainda neste hall, peças bem antigas, armários, guarda louças, tudo à venda também.
Do lado esquerdo desta sala, a dona alocou as peças de cristal, que dá até medo de chegar muito perto para não quebrar nada.Resquícios que não se perderão nunca de andar sempre com uma criança com a mão ligeira e os movimentos estabanados.

Prataria exposta no Brechó Minha Avó Tinha
Passamos pelo hall novamente e para a sala à direita. Uma sala mais escura com peças de louças, porcelanas e prataria.
Continuando nesta sala, chegamos ao que deveria ser a antiga cozinha do casarão, pelos azulejos azuis do cômodo.
Prateleiras, com fruteiras, mais porcelanas,vasos, peças de várias nacionalidades (não sou especialista) mas identifico desenhos chineses, portugueses, gregos…
Saindo pela “cozinha” uma outra escadaria com aproximadamente 5 degraus nos leva à parte das peças de aluguel, separadas por tipos de peças. Uma infinidade de chapéus, bengalas, malas antigas…

Uma das peças vintage do Brechó Minha Avó Tinha
A dona vai me contando, toda feliz e orgulhosa que várias equipes de produção de novelas/filmes/peças de teatro vêm à loja buscar peças de época.

Um dos vestidos de tapeçaria do Brechó Minha Avó Tinha
Destaque aqui para a ala das décadas de 60 e 70 e também para os vestidos suntuosos que me remetem à filmes clássicos como “E o vento levou”, com vestidos em tapeçaria, que vinham do Oriente, dignos de Scarlett O’Hara.
A piscina azul no fundo da casa é um refresco também para o olhar e mostra a suntuosidade da casa antiga.
Subo para o andar superior, onde estão os vestidos de festas femininos em uma sala e em outra de artigos masculinos.
Depois volto para o andar térreo e ela me encaminha para o subsolo.
Na escadaria uns exemplares de relógios cucos (acho que têm muita criança hoje em dia que não sabe o que é isso ao vivo) e lá em baixo, uma infinidade de eletrônicos antigos.

Alguns exemplares dos rádios antigos no Brechó Minha Avó Tinha
Máquinas fotográficas, máquinas de escrever (!!!!), telefones, rádios, liquidificadores, batedeiras e até aquelas latas de biscoitos antigos estão lá.
Mesmo que não seja para você comprar nada, uma visita equivale à uma volta ao passado.
E deixo este post com as palavras da dona Bina:
“A verdadeira marca, o valor da marca vintage está no bom corte e no bom tecido. Isso é interminável, é eterno”
Para quando você for
Página
https://www.facebook.com/minhavotinha/
Endereço
Thomé de Souza, 100 – Lapa, São Paulo – SP, 05079-000
Horário:
-Segunda a sexta-feira: 09:00 às 18:30
-Sábado: 09:00 às 16:00
-Domingo: Fechado
Telefone
(11) 94349-9312
Aberta em 1992.